SEGUIDORES - ONDE VOCÊ ESTIVER... AI ESTÁ MEU CORAÇÃO!

Chega de violência contra a mulher!

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Palavras não são faceis qdo vem da alma... porque precisam ser sentidas...

luzNamaste
Tudo é possível quando se tem fé...
Que haja mais encontros que desencontros. Que vc. seja tocado, sentido e
amado e que vc. ame também. Que vc. possa sentir o cheiro, a maciez da pele da
pessoa amada junto a sua.  E que, quando ela chegar, o som da música que
toca deixa de ser ouvido, o vai e vêm das pessoas desapareça dos seus sentidos,
por que sua visão será atraída como ima que gruda e se fixa no metal.  Que
vc. Possa ouvir a voz da pessoa amada e reconhecê-la pela melodia do seu
timbre. E qdo ela se for o som ainda ecoe em seus ouvidos, suaves como música
que encanta. Que vc. Possa reconhecê-la em meio a multidão por que será única e
especial e muito mais que isso, será REAL. Que minhas palavras encontrem eco no seu coração.
Vc. é uma benção para as pessoas ao seu redor e eu creio firmemente que isso é o que faz a vida ter sentido.

Sucesso e  muita luz na sua estrada Hoo querido... FELIZ ANIVERSÁRIO! Seja feliz sempre, todos os dias de sua vida. Que Deus te abençoe e te proteja! Bjs com amor.
 

Hoje estou poetando pra vc...

 

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Preste atenção...

"O que as pessoas mais desejam é alguém que as escute de maneira calma e tranqüila. Em silêncio. Sem dar conselhos. Sem que digam: "Se eu fosse você". A gente ama não é a pessoa que fala bonito. É a pessoa que escuta bonito. A fala só é bonita quando ela nasce de uma longa e silenciosa escuta. É na escuta que o amor começa. E é na não-escuta que ele termina. Não aprendi isso nos livros. Aprendi prestando atenção."

(Rubem Alves - O AMOR QUE ACENDE A LUA)

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

O sucesso dos nossos projetos ou o fracasso dos mesmos são frutos de nossas escolhas...

Nós sempre teremos dois caminhos a seguir. O sucesso dos nossos projetos ou o fracasso dos mesmos são frutos de nossas escolhas. Temos livre arbítrio. Mas não temos bolinha de cristal pra saber o que vai dar certo ou errado. O que temos é discernimento, que adquirimos através da experiência ou observação. Não acredito em verdades absolutas, tudo é passivo de transformações e mudanças. O que não devemos é ter medo. Quem não tenta realizar um sonho por medo de fracassar já fracassou. Quem não ama por medo de ser infeliz já é infeliz... Quem deseja todas as estrelas do céu quando apenas uma bastaria...corre o risco de continuar no escuro! A intensidade do brilho das coisas depende da luz para refletir. Então mantenha o foco de sua luz interior iluminando a estrada que os leve a conquista de seus projetos e a conquista de um amor verdadeiro se vc. ainda não encontrou o seu.
FELIZ 2011 E QUE DEUS OS ABENÇOE!

 Bjos no coração. 

(Lucinharib)

Ando com vontade...


.


"Ando com uma vontade tão grande de receber todos os afetos,

todos os carinhos, todas as atenções.

Quero colo, quero beijo, quero cafuné, abraço apertado,

mensagem na madrugada,

quero flores, quero doces, quero música, vento, cheiros..."

(Caio Fernando Abreu)

Eu acredito...


"Eu acredito, eu continuo acreditando,

outra vez eu acredito...

Eu não paro um segundo de acreditar

porque tudo é vivo, vibra e brilha."

(Caio Fernando Abreu)

domingo, 26 de dezembro de 2010

Viver Não Dói...

Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advém das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas
e não se cumpriram.

Porque sofremos tanto por amor ?
O certo seria a gente não sofrer,a
apenas agradecer por termos conhecido
uma pessoa tão bacana,
que gerou em nós um sentimento intenso
e que nos fez companhia por um tempo razoável,
um tempo feliz.

Sofremos porque?
Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer
pelas nossas projecções irrealizadas,
por todas as cidades que gostaríamos
de ter conhecido ao lado do nosso amor
e não conhecemos,
por todos os filhos que
gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,
por todos os shows e livros e silêncios
que gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.

Por todos os beijos cancelados,
pela eternidade.
Sofremos não porque
nosso trabalho é desgastante e paga pouco,
mas por todas as horas livres
que deixamos de ter para ir ao cinema,
para conversar com um amigo,
para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe
é impaciente connosco,
mas por todos os momentos em que
poderíamos estar confidenciando a ela
nossas mais profundas angústias
se ela estivesse interessada
em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu,
mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos,
mas porque o futuro está sendo
confiscado de nós,
impedindo assim que mil aventuras
nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e
nunca chegamos a experimentar.
Como aliviar a dor do que não foi vivido?
A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo,
mais me convenço de que
o desperdício da vida
está no amor que não damos,
nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca,
e que, esquivando-nos do sofrimento,
perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável.
O sofrimento é opcional.
Autor: (Carlor Drummond Andrade)

Segredos...


"Não podemos crer na total transparência dos seres; é necessário
aceitar que os outros tenham segredos, regiões de solidão.
A maior prova de amor será colocar-se à distância e não querer aí
penetrar."

TEMPO QUE FOGE!


"Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver
daqui para  frente do que já vivi até agora.
Sinto-me como aquela menina
que ganhou uma bacia de jabuticabas.
As primeiras, ela chupou displicente,
mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.

Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.

Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.

Não tolero gabolices. Inquieto-me com invejosos
tentando destruir quem eles admiram,
cobiçando seus lugares, talentos e sorte.

Já não tenho tempo para projetos megalomaníacos.

Não participarei de conferências que estabelecem
prazos fixos para  reverter a miséria do mundo.
Não quero que me convidem para eventos de um 
fim de semana com a proposta de abalar o milênio.

Já não tenho tempo para reuniões intermináveis
para discutir estatutos, normas, procedimentos
e regimentos internos.

Já não tenho tempo para administrar melindres
de pessoas que, apesar da  idade cronológica, são imaturos.

Não quero ver os ponteiros do relógio avançando
em reuniões de  "confrontação", onde "tiramos fatos a limpo".

Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo
majestoso cargo de  secretário geral do coral.

Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou:
"as pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos".

Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos,
quero a essência, minha alma tem pressa...

Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver
ao lado de gente humana, muito humana;
que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos,
não se considera eleita antes da hora,
não foge de sua mortalidade,
defende a dignidade dos marginalizados,
e deseja tão somente andar ao lado de Deus.

Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade,
desfrutar desse amor absolutamente sem fraudes,
nunca será perda de tempo.

O essencial faz a vida valer a pena.

Nada neste mundo faz sentido se não tocamos
o coração das pessoas.
Se crescemos com os golpes duros da vida,
também podemos crescer com os toques suaves na alma..."
 Ricardo Gondim

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Decreto...



Fica decretado que, neste Natal, em vez de dar presentes, nos faremos presentes junto aos famintos, carentes e excluídos. Não lacraremos as chaminés para a chegada do bom velhinho papai noel, mas também abriremos corações e portas à chegada salvífica do Menino Jesus.

Por trazer a muitos mais constrangimentos que alegrias, fica decretado que o Natal não mais nos travestirá no que não somos: neste verão escaldante, arrancaremos da árvore de Natal todos os algodões de falsas neves; trocaremos nozes e castanhas por frutas tropicais; renas e trenós por carroças repletas de alimentos não perecíveis; e se algum Papai Noel resolver te visitar que apareça de bermuda e chinelas.

Fica decretado que cartas de crianças só as endereçadas ao Menino Jesus, como a do Lucas, que escreveu convencido de que Caim e Abel não teriam brigado se dormissem em quartos separados; propôs ao Criador ninguém mais nascer nem morrer, e todos nós vivermos para sempre; e, ao ver o presépio, prometeu enviar seu agasalho ao filho desnudo de Maria e José.

Fica decretado que as crianças, em vez de brinquedos e bolas, pedirão bênçãos e graças, abrindo seus corações para destinar aos pobres todo o supérfluo que entulha armários e gavetas. A sobra de um é a necessidade de outro, e quem reparte bens partilha Deus.

Fica decretado que, pelo menos um dia, desligaremos toda a parafernália eletrônica, inclusive o telefone e, recolhidos à solidão, faremos uma viagem ao interior de nosso espírito, lá onde habita Aquele que, distinto de nós, funda a nossa verdadeira identidade. Entregues à meditação, fecharemos os olhos para ver melhor.

Fica decretado que, despidas de pudores, as famílias farão ao menos um momento de oração, lerão um texto bíblico, agradecendo ao Pai de Amor o dom da vida, as alegrias do ano que finda, e até dores que exacerbam a emoção sem que se possa entender com a razão. Finita, a vida é um rio que sabe ter o mar como destino, mas jamais quantas curvas, cachoeiras e pedras haverá de encontrar em seu percurso.

Fica decretado que arrancaremos a espada das mãos de Herodes e nenhuma criança será mais condenada ao trabalho precoce, violentada, surrada ou humilhada. Todas terão direito à ternura e à alegria, à saúde e à escola, ao pão e à paz, ao sonho e à beleza.

Fica decretado que, nos locais de trabalho, as festas de fim de ano terão o dobro de seus custos convertido em cestas básicas a famílias carentes. E será considerado grave pecado abrir uma bebida de valor superior ao salário mensal do empregado que a serve.

Como Deus não tem religião, fica decretado que nenhum fiel considerará a sua mais perfeita que a do outro, nem fará rastejar a sua língua, qual serpente venenosa, nas trilhas da injúria e da perfídia. O Menino do presépio veio para todos, indistintamente, e não há como professar o “Pai Nosso” se o pão também não for nosso, mas privilégio da minoria abastada.

Fica decretado que toda dieta se reverterá em benefício do prato vazio de quem tem fome, e que ninguém dará ao outro um presente embrulhado em bajulação ou escusas intenções. O tempo gasto em fazer laços seja muito inferior ao dedicado a dar abraços.

Fica decretado que as mesas de Natal estarão cobertas de afeto e, dispostos a renascer com o Menino, trataremos de sepultar iras e invejas, amarguras e ambições desmedidas, para que o nosso coração seja acolhedor como a manjedoura de Belém.


Fica decretado que, como os reis magos, todos daremos um voto de confiança à estrela, para que ela conduza este país a dias melhores. Não buscaremos o nosso próprio interesse, mas o da maioria, sobretudo dos que, à semelhança de José e Maria, foram excluídos da cidade e, como uma família sem-teto, obrigados a ocupar um pasto, onde brilhou a esperança.


Frei Betto

domingo, 19 de dezembro de 2010

Atento aos sinais...




"Não compensa durezas nessa vida
curta e divina.
Não cabem em nossos
dias dores aos potes,
mas cabem potes de doces,
e doces pessoas pra gente conhecer.
E há pessoas tão
do “bem” que cruzam nossos caminhos,
que vale a pena ficarmos atentos
aos sinais, aos encontros nas tardes vazias."


(Juliana Sfair)


sábado, 18 de dezembro de 2010

SENTIDOS ...


De todos os sentidos - audição, olfato, paladar, tato e visão - vc. é o mais forte,
o mais prazeroso, o mais lembrado, o mais registrado, o mais demais...

Vc. é o meu sentido interno, externo, presente, e até mesmo transparente!

Te procuro em todos os rostos, te espero em todas as Almas!

Insano sentido!

Sentido meu,

Sentindo eu...

Lei da Compensação Interior

Poema 22

Da Lei da Compensação Interior

Tao Te Ching,

Lao-Tsé


O que é imperfeito será perfeito;

O que é curvo será reto;

O que é vazio será cheio;

Onde há falta haverá abundância;

Onde há plenitude haverá vacuidade.

Quando algo se dissolve, algo nasce.

Assim, o sábio,

Encerrando em si a alma do Uno,

Se torna modelo do Universo.

Não dá importância a si mesmo,

E será considerado importante.

Não se interessa por si mesmo,

E será venerado por todos.

Não quer nada para si,

E é superior a tudo.

E, por não ter desejos,

É invulnerável.

Por isto, há muita verdade

No velho ditado:

Quem se amolda é forte.

É esta a meta suprema

Da vida humana.

"Mulher Perdigueira"

Por :
Fabrício Carpinejar

Brigamos quando não desejamos brigar. Existe paz e amor. Não existe paz no amor. John Lennon errou a equação.

Por isso, decidi que agora vou planejar uma briga com a namorada. Agendar uma briga. Arrumar uma data mensal para o inferno dos berros, choro e insultos. É o dia da ofensa no lugar das pequenas e irritantes DRs.

Em vez de avisar que pretendemos nos acalmar e ajudar, que somente pretendíamos conversar na boa, assumiremos que é uma guerra desde a primeira palavra. Dará no mesmo ao querer e não querer discutir.

Não será fácil, vamos rir dispersivos no início, haverá a inclinação para comentar algo do trabalho ou cafungar o pescoço, sentiremos fome, dependeremos de concentração e orelhas fervendo. Mas vale o sacrifício, trata-se de uma catarse necessária para empobrecer os recalques.

Prefiro uma mulher que me ofenda tudo num dia do que uma mulher que me ofenda um pouco por dia. É melhor. Mais sadio. Menos insano.

Desde que os casais aceitem uma regra básica: não vale colher insultos durante o entrevero para cobrar depois.

Pode falar as maiores perversidades e mentiras nos 90 minutos do confronto, incluindo intervalo e troca de lado na cama (gritaria que não dura um jogo de futebol indica o fim do amor). Pode juntar suspeitas avulsas, perguntas ancestrais e rumores antigos. É uma promoção: só nome feio e ofensa de baixo calão. Até xingar a mãe é permitido.

A única exigência é respeitar o território da hostilidade, fazer um círculo de giz no espaço e no tempo e permanecer naquela roda. Nada sai do contexto. Não vale embrulhar salgados e impropérios para a manhã seguinte. Deve-se comer somente na festa da raiva. No instante da cólera. Com sangue quente.

O grande problema dos atritos domésticos é que o insulto de uma briga passa a ser transportado para a seguinte e para a seguinte. No fim das contas, a batalha é uma só que nunca terminou. Uma gripe mal-curada que gera a vontade de cuspir na próxima gripe.

Caso reunirmos uma noite para limpar o pulmão, cansaríamos de tossir e bufar. E o suspiro reencontraria a brisa e pediria para andar de mãos dadas com o beijo.

Feito esse passo, agora é o momento de lavar a honra do ciúme.

Pior do que ciúme é a falta de ciúme. A indiferença é uma doença muito mais grave. Alguém que não está aí para o que faz ou não faz, para onde vai e quando volta. De solidão, chega a do ventre que durou nove meses.

Tão cansativa essa mania de ser impessoal no relacionamento, de ser controlado, de procurar terapia para conter a loucura. Loucura é não poder exercer a loucura.

Permita que sua companhia seja temperamental, intensa, passional. As consequências são generosas. Ela suplicará o esquecimento com mimos, sexo e delicadeza. O perdão é sempre mais veemente do que o rancor.

Repare que no início do namoro todos são descolados, independentes, autônomos. Aceitam ménage à trois, swing e Chatroulette. Não caia, é disfarce, medo puro de desagradar.

Se minha namorada arde de desconfiança, agradeço. Surgirá a certeza de que se importa comigo.

A vontade é abraçá-la com orgulho e reconhecimento, como um aniversário secreto. Às vezes ela cumpre seu ciúme, às vezes ela satisfaz um capricho e atende minha expectativa de ciúme. O importante é que não falha.

Com uma mulher ciumenta ao lado nunca estaremos isolados, nunca estaremos tristes, nunca estaremos feios. Deixo que ela mexa em meu Orkut, deixo que ela leia meus e-mails e chamadas no celular, deixo que ela cheire as minhas camisas, deixo que ela veja meus canhotos e confira os cartões de crédito (com sua revisão, nem dependo de contador, é improvável um engano nas faturas).

Facilitarei o acesso às máquinas, devidamente abertas e ligadas em cima da mesa, e tomarei banho para não incomodar. No jantar, esclarecerei qualquer dúvida.

Perigoso é não responder e deixar a namorada imaginar. Entre a realidade e sua fantasia, mil vezes contar o desnecessário. Estarei em lucro. Não faço nem metade do que ela pressentiu.

* Escritor, autor de Canalha!

O escritor Fabrício Carpinejar autografa seu novo livro, Mulher Perdigueira (Bertrand Brasil, 336 páginas), tema dessa crônica, na segunda-feira, 7, às 19h30, na Livraria Cultura (Porto Alegre), após debate com a escritora Martha Medeiros e o diretor José Pedro Goulart.


__________Fabrício Carpinejar: Pensando na mulher perdigueira, a gente só pensa nos efeitos colaterais, mas esquecemos deste lado generoso dela, do lado cúmplice, de que ela é transparente, sincera, se ela não gostar de algo ela vai dizer, se gosta também, ela não vai se guardar para depois. Ela é pontual amorosamente, está sempre pensando numa maneira de surpreender, na rotina ela acaba sendo uma mulher mais próxima, também. Ela é a melhor companheira que existe, porque não está se disfarçando e entende que o amor é esta explosão. Só que as pessoas não confessam que querem isso.

[...] A mulher perdigueira sofre um terrível preconceito no amor.
Como se fosse um crime desejar alguém com toda intensidade. Ela não deveria confessar o que pensa ou exigir mais romance. Tem que se controlar, fingir que não está incomodada, mentir que não ficou machucada por alguma grosseria, omitir que não viu a cantada do seu parceiro para outra.
Ela é vista como uma figura perigosa. Não pode criar saudade das banalidades, extrapolar a cota de telefonemas e perguntas. É condenada a se desculpar pelo excesso de cuidado. Pedir perdão pelo ciúme, pelo descontrole, pela insistência de sua boca.
Exige-se que seja educada. Ora, só o morto é educado.
O homem inventou de discriminá-la. Em nome do futebol. Para honrar a saída com os amigos. Para proteger suas manias. Diz que não quer uma mulher o perseguindo. Que procura uma figura submissa e controlada que não pegue no seu pé.

Hoje você tem que estar equilibrado em um relacionamento, todo mundo quer ter seu próprio espaço, ninguém quer se misturar, se mesclar. É claro que é legal respeitar a solidão do outro, mas há um individualismo que de certa forma não faz a gente querer um amor, mas uma amizade. Não queremos nos desesperar por alguém, queremos mesmo é evitar o sentimento extremado. Se você pode sair e voltar a qualquer hora, se você tem o controle do que você pede num relacionamento, isso é tudo menos amor. Os relacionamentos hoje são mais acordos do que entregas, mas na verdade queremos alguém que possa nos reconhecer.[...]

Quero uma mulher perdigueira, possessiva, que me ligue a cada quinze minutos para contar uma ideia ou uma nova invenção para salvar as finanças, quero uma mulher que ame meus amigos e odeie qualquer amiga que se aproxime. Que arda de ciúme imaginário para prevenir o que nem aconteceu. Que seja escandalosa na briga e me amaldiçoe se abandoná-la. Que faça trabalhos em terreiro para me assustar e me banhe de noite com o sal grosso de sua nudez. Que feche meu corpo quando sair de casa, que descosture meu corpo quando voltar. Que brigue pelo meu excesso de compromissos, que me fale barbaridades sob pressão e ternuras delicadíssimas ao despertar. Que peça desculpa depois do desespero e me beije chorando. A mulher que ninguém quer eu quero. Contraditória, incoerente, descabida. Que me envergonhe para respeitá-la. Que me reconheça para nos fortalecer.

"Com uma mulher ciumenta ao lado, nunca estamos isolados, tristes ou feios" "Liberdade na vida é ter um amor para se prender!"(Fabricio Carpinejar)

Sobre o autor:
Nascido em Caixias do Sul (RS), é filho dos poetas Carlos Nejar e Maria Carpi, adotou a junção de seus sobrenomes em sua estréia poética, As solas do sol, de 1998. Em 2003 publicou, pela editora Companhia das Letras, a antologia Caixa de sapatos, que lhe conferiu notoriedade nacional.

As pessoas pensam que os cientistas e os artistas...


"As pessoas pensam que os cientistas existem para instruílas e que os artistas, os poetas os escritores, os músicos, os dramaturgos, existesm só para lhes dar prazer. Não ocorre as pessoas que também os artistas têm muita coisa para lhes ensinar"
(Ludwig Wittgenstein)





Sobre o autor:Wittgenstein (1889 — 1951) foi um filósofo austríaco, naturalizado britânico. Foi um dos principais atores da "virada linguística" na filosofia do século XX. Suas principais contribuições foram feitas nos campos da lógica, filosofia da linguagem, filosofia da matemática e filosofia da mente.

Ludwig Josef Johann Wittgenstein foi um pensador da modernidade, filósofo da matemática, integrante do Círculo de Viena e contribuiu para a renovação da Lógica na década de 1920, sendo considerado um dos pais da filosofia analítica.

Herdeiro de uma das maiores fortunas austríacas, estudou engenharia em Berlim e Manchester. Mais tarde interessou-se pela lógica matemática e estudou com Bertrand Russel entre 1912 e 1913, em Cambridge. Entre 1913 e 1914 viveu na Noruega dedicando-se ao estudo da lógica.

Quando começou a Primeira Guerra Mundial, em 1914, alistou-se no exército austríaco e foi enviado para a linha da frente na Rússia e na Itália. Em novembro de 1918 foi feito prisioneiro pelos italianos, sendo libertado em agosto do ano seguinte. Durante este período escreveu "Tratado Lógico-Filosófico", publicado em 1921 em alemão e traduzido em inglês no ano seguinte. Numa primeira leitura, poderia parecer que essa obra pretende acabar com a ética, a filosofia e a religião, tudo aquilo que estaria desprovido de sentido. Mas numa leitura mais atenta, descobrimos um pensador que procura preservar o mistério da vida.

Após ter sido libertado, Wittgenstein resolveu desfazer-se da fortuna que herdara em 1913, em virtude da morte de seu pai. Entre 1919 e 1926 tornou-se professor de uma modesta escola primária de província. Finda esta experiência de professor primário, inicia outra, a de jardineiro (1926), envolvendo-se depois na construção de uma casa para uma das suas irmãs (1929).

No final dos anos vinte volta dedicar-se à filosofia, ingressando em 1929 na Universidade de Cambridge, recebendo neste ano o grau de doutor com base na sua obra publicada em 1921. A partir de 1930 Wittgenstein inicia então uma nova fase na sua filosofia, e que será consagrada na sua obra intitulada "Investigações Filosóficas", publicada postumamente (1953).

Devido à sua origem judaica, Wittgenstein e a sua família foram vítimas da perseguição nazista, perdendo grande parte dos seus bens. Em 1939 naturalizou-se cidadão britânico, ocupando uma cátedra em Cambrigde. Durante II Guerra Mundial (1939-1945) trabalhou como voluntário num Hospital em Londres. Depois da Guerra, demitiu-se da Universidade, passando a viver entre a Irlanda, Oxford e Cambridge.Faleceu em 1951 na casa do seu médico e amigo Dr. Bevan.

Provérbios Tolstoyanos

"Não é possível ser bom pela metade."

"O mal não pode vencer o mal. Só o bem pode fazê-lo."

"O homem não tem poder sobre nada enquanto tem medo da morte. E quem não tem medo da morte possui tudo."

"O dinheiro representa uma nova forma de escravidão impessoal, em lugar da antiga escravidão pessoal."

"A tristeza pura é tão impossível como a alegria pura."

"Não alcançamos a liberdade buscando a liberdade, mas sim a verdade. A liberdade não é um fim, mas uma consequência."
Liev Tolstoy, também conhecido como Léon Tolstói (Yasnaya Polyana, 9 de setembro de 1828Astapovo, 20 de novembro de 1910) é considerado um dos maiores escritores de todos os tempos. Além de sua fama como escritor, Tolstoy ficou famoso por tornar-se, na velhice, um pacifista, cujos textos e idéias batiam de frente com as igrejas e governos, pregando uma vida simples e natural.

Seguindo ao pé da letra a sua interpretação dos ensinamentos cristãos, Tolstoy encontrou o que procurava, cristalizando-se então os princípios que norteariam sua vida a partir daquele momento.

O cristianismo do escritor recusou a autoridade de qualquer governo organizado e de qualquer igreja. Criticou também o direito à propriedade privada e pregou o conceito de não-violência. Para difundir suas idéias Tolstoi dedicou-se, em panfletos, ensaios e peças teatrais, a criticar a sociedade e o intelectualismo estéril. Tais idéias causaram confusão entre os admiradores do famoso escritor e influenciariam um importante fã: Gandhi, nesta época ainda na África do Sul.

Após sua conversão, Tolstoy deixou de beber e fumar, tornou-se vegetariano e passou a vestir-se como camponês. Convencido de que ninguém deve depender do trabalho alheio passou a limpar seus aposentos, lavrar o campo e produzir as próprias roupas e botas. Suas idéias atraíram um séquito de seguidores, que se denominavam "tolstoyanos".

Aos 82 anos de idade, Tolstoy decide, enfim, fugir de casa e abandonar a família para largar aquela vida na qual ele não mais acreditava. Durante a fuga, num vagão de trem sujo e frio, ele entregou sua alma a Deus.

Estou lúcido.

ESTOU LÚCIDO. ESTOU VIVO COMO AS AVES EM MIGRAÇÃO. COMEÇO POR AMAR A REALIDADE... NUNCA DECLINEI A VIDA. DECLINO, SIM, AS COISAS DITAS DA VIDA. MAS MESMO QUE TUDO ESTEJA CONTAMINADO E SEM REVERSO, É A VIDA QUE NOS POVOA; É A VIDA POR INTEIRO QUE NOS VIVE! (Antonio Teixeira de Castro)


Sobre o autor:
António Teixeira e Castro é um poeta português nascido em Porto no ano de 1964.


COMO EXPLICAR QUE O HOMEM...




COMO EXPLICAR QUE O HOMEM, UM ANIMAL TÃO PREDOMINANTEMENTE CONSTRUTIVO, SEJA TÃO APAIXONADAMENTE PROPENSO À DESTRUIÇÃO? TALVEZ PORQUE SEJA UMA CRIATURA VOLÚVEL, DE REPUTAÇÃO DUVIDOSA. OU TALVEZ PORQUE SEU ÚNICO PROPÓSITO NA VIDA SEJA PERSEGUIR UM OBJETIVO, ALGO QUE, AFINAL, AO SER ATINGIDO, NÃO MAIS É VIDA, MAS O PRINCÍPIO DA MORTE. (Fedor Dostoiévski)




Sobre o autor:

Fiódor Dostoiévski nasceu em 11 de Novembro de 1821 na cidade de São Petersburgo,O escritor é considerado um dos maiores romancistas da literatura russa e um dos mais inovadores artistas de todos os tempos.Sua obra explora a autodestruição, a humilhação e o assassinato, além de analisar estados patológicos que levam ao suicídio, à loucura e ao homicídio.

Fedor Dostoiésvski: Reflexões

"Compara-se muitas vezes a crueldade do homem à das feras, mas isso é injuriar estas últimas."

"Sofrer e chorar significa viver."

"Ninguém se salva sozinho."

"O segredo da existência não consiste somente em viver, mas em saber para que se vive."

"Amigos, peçam alegria a Deus. Sejam alegres como as crianças e como os pássaros no céu".

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Memórias do coração...

"Escreva as palavras mais doces
e beije-as para que eu possa, ao menos, tocar
meus lábios onde os seus estiveram."

Simplismente amor...


"Quase desejo que fôssemos borboletas
e vivêssemos somente três dias de verão. Três dias a seu lado, e poderia
preenchê-los de mais encanto do que 50 dias comuns
jamais teriam."

Preciso de alguém...






Caio Fernando Abreu, 1987

Meu nome é Caio F.
Moro no segundo andar, mas nunca encontrei você na escada.

Preciso de alguém, e é tão urgente o que digo. Perdoem excessivas, obscenas carências, pieguices, subjetivismos, mas preciso tanto e tanto. Perdoem a bandeira desfraldada, mas é assim que as coisas são-estão dentro-fora de mim: secas. Tão só nesta hora tardia – eu, patético detrito pós-moderno com resquícios de Werther e farrapos de versos de Jim Morrison, Abaporu heavy-metal -, só sei falar dessas ausências que ressecam as palmas das mãos de carícias não dadas. Preciso de alguém que tenha ouvidos para ouvir, porque são tantas histórias a contar. Que tenha boca para, porque são tantas histórias para ouvir, meu amor. E um grande silêncio desnecessário de palavras. Para ficar ao lado, cúmplice, dividindo o astral, o ritmo, a over, a libido, a percepção da terra, do ar, do fogo, da água, nesta saudável vontade insana de viver. Preciso de alguém que eu possa estender a mão devagar sobre a mesa para tocar a mão quente do outro lado e sentir uma resposta como – eu estou aqui, eu te toco também. Sou o bicho humano que habita a concha ao lado da conha que você habita, e da qual te salvo, meu amor, apenas porque te estendo a minha mão. No meio da fome, do comício, da crise, no meio do vírus, da noite e do deserto – preciso de alguém para dividir comigo esta sede. Para olhar seus olhos que não adivinho castanhos nem verdes nem azuis e dizer assim: que longa e áspera sede, meu amor. Que vontade, que vontade enorme de dizer outra vez meu amor, depois de tanto tempo e tanto medo. Que vontade escapista e burra de encontrar noutro olhar que não o meu próprio – tão cansado, tão causado – qualquer coisa vasta e abstrata quanto, digamos assim, um Caminho. Esse, simples mas proibido agora: o de tocar no outro. Querer um futuro só porque você estará lá, meu amor. O caminho de encontrar num outro humano o mais humilde de nós. Então direi da boca luminosa de ilusão: te amo tanto. E te beijarei fundo molhado, em puro engano de instantes enganosos transitórios – que importa? (Mas finjo de adulto, digo coisas falsamente sábias, faço caras sérias, responsáveis. Engano, mistifico. Disfarço esta sede de ti, meu amor que nunca veio – viria? virá? – e minto não, já não preciso.) Preciso sim, preciso tanto. Alguém que aceite tanto meus sonos demorados quanto minhas insônias insuportáveis. Tanto meu ciclo ascético Francisco de Assis quanto meu ciclo etílico bukovskiano. Que me desperte com um beijo, abra a janela para o sol ou a penumbra. Tanto faz, e sem dizer nada me diga o tempo inteiro alguma coisa como eu sou o outro ser conjunto ao teu, mas não sou tu, e quero adoçar tua vida. Preciso do teu beijo de mel na minha boca de areia seca, preciso da tua mão de seda no couro da minha mão crispada de solidão. Preciso dessa emoção que os antigos chamavam de amor, quando sexo não era morte e as pessoas não tinham medo disso que fazia a gente dissolver o próprio ego no ego do outro e misturar coxas e espíritos no fundo do outro-você, outro-espelho, outro-igual-sedento-de-não-solidão, bicho-carente, tigre e lótus. Preciso de você que eu tanto amo e nunca encontrei. Para continuar vivendo, preciso da parte de mim que não está em mim, mas guardada em você que eu não conheço.Tenho urgência de ti, meu amor. Para me salvar da lama movediça de mim mesmo. Para me tocar, para me tocar e no toque me salvar. Preciso ter certeza que inventar nosso encontro sempre foi pura intuição, não mera loucura. Ah, imenso amor desconhecido. Para não morrer de sede, preciso de você agora, antes destas palavras todas cairem no abismo dos jornais não lidos ou jogados sem piedade no lixo. Do sonho, do engano, da possível treva e também da luz, do jogo, do embuste: preciso de você para dizer eu te amo outra e outra vez. Como se fosse possível, como se fosse verdade, como se fosse ontem e amanhã.

* * *
Ainda que não seja assim que eu sinta ou queira sentir, ainda que o texto me soe romântico demais – quase não-lírico de tão romântico, quase niilista de tão romântico; e ainda que, por outro lado, eu saiba que isso – como tudo que se escreve com o coração, seja o que for – não é manifesto, tese ou tratado, mas impressão, apelo, retrato; e ainda que houvessem outras ressalvas, ainda assim: esse texto é lindo, genuinamente lindo e como tudo que é genuinamente lindo, é verdadeiro e eterno. E só isso importa.
* * *
E vc lendo no telefone estava genuinamente uma graça…

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Te estarei esperando como nas estações...Não estejas longe de mim um só dia...


Não estejas longe de mim um só dia, porque como,
porque, não sei dizê-lo, é comprido o dia,
e te estarei esperando como nas estações
quando em alguma parte dormitaram os trens.

Não te vás por uma hora porque então
nessa hora se juntam as gotas do desvelo
e talvez toda a fumaça que anda buscando casa
venha matar ainda meu coração [...]

Ai que não se quebrante tua silhueta na areia,
ai que não voem tuas pálpebras na ausência:
Não te vás por um minuto, [...]

Porque nesse minuto terás ido tão longe
que eu cruzarei toda a terra perguntando
Se voltarás ou se me deixarás morrendo.


Pablo Neruda