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Chega de violência contra a mulher!

domingo, 28 de novembro de 2010

Descoberta...

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“A criança que fui chora na estrada,

Deixei-a ali quando vim ser quem sou.

Mas, hoje, vendo que o que sou é nada,

Quero ir buscar quem fui onde ficou.”

(Fernando Pessoa)

Pare o mundo...quero descer!


“Suplicamos expressamente:

não aceiteis o que é de hábito como coisa natural,

pois em tempo de desordem sangrenta,

de confusão organizada,

de arbitrariedade consciente,

de humanidade desumanizada,

nada deve parecer natural [...]”

(Bertolt Brecht)





segunda-feira, 8 de novembro de 2010

29ª Bienal 2010 - Arte e Política

Nesta sexta-feira visitei a 29ª Bienal de São Paulo, com alunos da 5ª série. A visita foi patrocinada pela Secretaria da Educação. Minha expectativa era grande. Assistindo a vídeos sobre a Bienal, pude constatar, que algumas obras foram retiradas por determinação da OAB como por exemplo a série INIMIGOS obra do artista plástico pernambucano Gil Vicente.
Nas telas feitas com carvão, o artista se auto-retrata assassinando líderes mundiais como o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-presidente dos Estados Unidos George Bush, e o papa Bento XVI, o presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, o premiê israelense Ariel Sharon e a rainha Elizabeth II também aparecem sob a mira do artista em outros quadros da série "INIMIGOS"

Nas obras do artista Gil Vicente há uma catarse imediatista. É o experimentar da liberdade em relação a alguma situação opressora. A violência está no nosso cotidiano e é necessário discuti-la e não escondê-la. Freud tem uma explicação para esse tipo de arte...sobre o efeito do riso nas piadas sobre reis, presidentes, freiras, papas etc. Freud explica que muitas pessoas que tem o homossexualismo enrustido tentam matar alguma figura importante, como presidentes, reis, papas... Freud explica, agora você decide se acredita...

Gostaria de entender mais sobre arte, mas sou bem limitada nesse aspecto. Mas pude constatar que arte é muito singular e que a mensagem que uma obra passa difere de um indivíduo para outro. Antes de mais nada a arte deve ser sentida e não pensada.

O tema da Bienal este ano foi a relação estreita entre arte e política, cuja inspiração partiu de um verso do poeta Jorge de Lima, “Há sempre um copo de mar para um homem navegar”, os curadores esperam reforçar que a dimensão utópica da arte está contida nela mesma.

Os trabalhos expostos buscam trazer um reflexo do lugar e do tempo a partir do momento em que foram pensados, ou seja, independem da época. Algumas deles até datam da primeira metade do século 20, o que é claro com a escolha do modernista Flávio de Carvalho (1899-1973).

“Buscamos ampliar o entendimento do que é contemporâneo. São obras que nos fazem entender melhor a complexidade do mundo”, explica Moacir dos Santos, curador-chefe ao lado de Agnaldo Farias. Segundo dos Santos, a opção por muitos artistas brasileiros e latinos se deve a atual conjuntura política do continente no cenário mundial. “O que nos interessa é a arte que nos faça ver o mundo de forma indiferente. Tomar partido explicitamente não é a nossa missão"..

Não estavam presente na Bienal... Houve um cronograma especifico para essas apresentações...

· A Oficina Sala preta, para crianças. Daniel Joglar faz show de magia

· A Palestra que deveria ser ministrada por Ana Longoni, André Mesquita, Cristina Ribas e Gavin Adams “O que faz um espaço de campanha eleitoral em uma Bienal de arte contemporânea”, porque somente são apresentadas aos Domingo;

· O Teatro de Títeres apresenta a peça “El propietario”, de Tomás Espina. “Divisor”, recriação de uma performance de Lygia Pape, na Marquise;

· “Fogueira de gelo”, de Paulo Bruscky, em frente à entrada da exposição;

· O Balé da Cidade de São Paulo e Quarteto de Cordas apresentam uma versão da obra recente “Crônicas do Tempo”, montada concebida para o Terreiro de Performances.

Ainda no sábado, filmes como “Surname Viet”, “Rouch in Reverse” e “Margem” serão exibidos a partir das 15h. Haverá performance também de Sue Tompkins, às 18h, e bate papo com o artista mexicano Antonio Macotela, ás 14h, e com o pioneiro da arte conceitual Joseph Kosut, ás 16h.

No domingo, a programação começa às 13h, com o debate entre Jean Plantu e Chico Caruso sobre “Cartoons Políticos – Humor e Política”. Às 15h, haverá exibição de filmes (“Thinking in Loop”, “Une visite au Louvre” e “Out of the Present”) e a esperada participação do Teatro Oficina (de José Celso Martinez) apresentando de “Bailado do Deus Morto”, peça de Flávio de Carvalho, de 1933. Às 17h30, o português Pedro Barateiro faz uma leitura performática desenvolvida para a Bienal.

Em “Bailado do Deus Morto”, cinqüenta artistas dirigidos por José Celso Martinez Corrêa vão interagir com as obras e com o público da Bienal, numa performance intitulada “Experiência Flávio de Carvalho nº 6. Trata-se de uma versão do texto de Flávio de Carvalho, e contará com atores do Associação Teatro Oficina Uzyna Uzona, dançarinos do Bando Cavallaria (dirigido por Lu Brites) e aprendizes oriundos das oficinas do Movimento Bixigão, promovidas pelo Teatro Oficina

Obras que causaram polêmica antes mesmo da abertura da 29ª Bienal de São Paulo e que foram retiradas da Bienal por determinação da OAB

· A série “INIMIGOS”

Obras do artista Gil Vicente - Assistam ao vídeo abaixo...

http://www.youtube.com/watch?v=-IsH4G6O4Rw&feature=player_embedded

Leiam abaixo a nota da OAB na íntegra.

"Uma obra de arte, embora livremente e sem limites expresse a criatividade do seu autor, deve ter determinados limites para sua exposição pública. Um deles é não fazer apologia ao crime como estabelece a vedação inscrita no Código Penal Brasileiro.

A série de quadros denominada "Inimigos", do artista plástico Gil Vicente, é composta por obras as quais retratam, dentre outras, o autor atirando contra a cabeça do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, noutra mostra o mesmo autor, de posse de uma faca, degolando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Essas obras, mais do que revelar o desprezo do autor pelas figuras humanas que retrata como suas vítimas, demonstram um desrespeito pelas instituições que tais pessoas representam, como também o desprezo pelo poder instituído, incitando ao crime e à violência.

Certamente não se pode impedir que uma obra seja criada, mas se deve impedir que seja exposta à sociedade em espaço público se tal obra afronta a paz social, o estado de direito e a democracia, principalmente quando pela obra, em tese, se faz apologia de crime.

Por esse motivo é que a OAB/SP está oficiando os curadores da Bienal de São Paulo, para que essas obras de Gil Vicente, da série "Inimigos" não sejam expostas naquela importante mostra."

A nota pública é assinada por Luiz Flávio Borges D´Urso, presidente da OAB SP.

Assistam também...

http://mais.uol.com.br/view/xiddtuwnvlqs/metropolis--bienal-educativa-04021B366CC0A983C6?types=A&

· Mais duas obras a despertar polêmica foramBandeira Branca”, na qual o artista Nuno Ramos mantinha três urubus presos em uma tela instalada no espaço central do pavilhão.

· A outra é“El Alma Nunca Piensa Sin Imagen” “A Alma Nunca Pensa Sem Imagens”, na qual o argentino Roberto Jacoby simula uma campanha eleitoral usando imagens dos candidatos presidenciais Dilma Rouseff (PT) e José Serra (PSDB). A instalação .

O G1 conversou com um dos curadores da 29ª Bienal, Agnaldo Farias, para falar sobre as mudanças de rumo da mostra, as escolhas dos trabalhos e, claro, as polêmicas que rondaram o evento dias antes da abertura. http://eptv.globo.com/lazerecultura/NOT,0,0,316860,Bienal+de+Sao+Paulo+abre+as+portas+para+as+artes+visuais.aspx

Em outro momento postarei as fotos retiradas na Bienal...

Passeando pelo Google encontrei uma poesia linda! Coube direitinho aqui.


A emoção do Artista

A cortina se abre lentamente
E aos poucos vão aparecendo
Cada um com a sua cara e veste
Guiados pelos olhos que segue lendo.

O público alvo está aqui, está lá,
Pode ser um ou até milhares
O que importa? Ouvirão a fala.
Talvez não haja fortes olhares...

Mas o meu show é particular
E muito singular, mas orgulhoso.
Quero que o único me faça brilhar
E que a multidão ache escandaloso.

O que quero é aparecer e agradar
Com a minha máscara o esconderijo,
Que com certeza o povo não descobrirá.
Vamos! Vamos! O drama é o meu estilo!

Convenço trazendo lágrimas e ganho tudo
Sem barganhas, fazendo muita fama.
Uma palavra e pronto! Todos e o mundo
Estão de pé em aplausos e o meu nome chama.

Quando quero faço comédia com suas vidas
Toco em suas feridas e me abraçam a gargalhadas.
Falo de seus defeitos e não há brigas
Assim me sinto imbatível, o dono da ilha.

O continente de um povo bobo e contente
Que não enxerga a ironia do dia a dia
E restrito virou uma ilha cercada por ignorantes
Singrados pela hipocrisia da cortina que abria.

Um teatro, o mundo é um teatro
Com suas cortinas dividindo suas classes.
Do pecador ao sacerdote a troca de hábito,
Da alta sociedade a plebe o cheiro do enlace.

O primeiro ato termina e meus olhos atentos
Buscam nas páginas a nova mentira acolhedora
A cortina traz aos fracos e bajuladores o alento,
Para que aos perfumes e sedas viva a alma sonhadora

Raiara Azevedo